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E não é que conseguiram?

Através da mobilização, os “higienopolitanos” conseguiram cancelar a estação da futura Linha 6 – Laranja do Metrô de São Paulo prevista para a Av. Angélica.

Após protestos, governo de SP desiste de metrô na Angélica
A decisão ocorre após pressão de moradores, empresários e comerciantes da região. Com a mudança, o governo reativou o projeto de uma estação na praça Charles Miller, no estádio do Pacaembu.” 
(Folha)

E parece que o pessoal do Pacaembu já não quer a estação também. Propõe-se uma linha onde teoricamente há demanda, tendo como uma das bases a renda da região; a população que detém essa renda é a mesma que repudia a implantação dessa linha.

Só resta comemorar.

adendo

Só depois fui ler a seguinte notícia:

‘Estação continuará em Higienópolis’, diz presidente do Metrô
De acordo com o presidente da companhia, extremidades das plataformas das estações Angélica e Mackenzie (esta última, da linha 4-Amarela) ficariam a apenas 500 metros uma da outra, o que causaria congestionamentos de trens e transtorno aos usuários.”
(VejaSP)

A questão da distância entre as estações deveria ter sido contestada no projeto funcional, e não agora que já está em andamento o projeto básico.

Inauguração da Estação Butantã (meio jornalismo)

Depois de incontáveis adiamentos, finalmente é inaugurada a terceira estação da Linha 4 – Amarela do Metrô de São Paulo, originalmente prevista para 2008.

A inauguração do submarino amarelo* teve ares de vernissage, com presença de prefeito, governador, ex-governador, secretários, parlamentares e tudo mais. Embalado por bossas jazzadas, pra ficar bem claro que é pra inglês ver.

Dentre todo o blablablá, vale destacar a promessa do secretário de transportes metropolitanos, Jurandir Fernandes, e do governador Geraldo Alckmin, de inaugura toda a primeira fase da linha amarela até o final do ano.

Marcou também o evento a presença do sindicato dos metroviários e de estudantes, protestando contra o aumento das tarifas e a privatização do transporte público, com faixas e cartazes.

Durante o pronunciamento do prefeito Gilberto Kassab, além dos já típicos cantos de “3 reais não dá” e “Kassab anda de carro e ainda rouba o meu dinheiro”,  foi entoado “estatizar o busão”, que rapidamente se converteu em “estatizar o metrô”.

O “meio jornalismo” é pelo fato de que eu não pude ficar até a inauguração de fato, ou seja, não entrei na estação. Pra quem quiser ver, há um bom número de imagens dos grandes jornais, além de uma cobertura mais completa do evento:

http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,inauguracao-da-estacao-butanta-e-marcada-por-protestos-e-atrasos,698375,0.htm

http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/2510-inauguracao-da-estacao-butanta#foto-49510

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*Pra mim pelo menos, aquele edifício parece um submarino que emergiu na Vital Brasil.

publicado por kiyoto

Estudo de Caso Expansão SP – Estação Jandiras

Não é novidade que o tal Plano de Expansão dos Transportes do Governo do Estado (depois rebatizado pra Expansão SP, acho que rpa ficar mais modernoso) tem muita propaganda e pouca expansão de fato.

Só pra ilustrar um dos problemas, vamos dar uma olhada no caso da nova estação Jandira da CPTM, que fica no centro do município homônimo, e faz parte da linha 8 – diamante (ex-linha B, ex-ex-Sorocabana).

A estação foi “modernizada”, termo muito usado pelo plano, e bastante flexível. Na verdade ela foi parcialmente reconstruída. A estação possuía o padrão da linha, com um mezanino elevado em concreto armado, como ainda é nas estações Comandante Sampaio, Quitaúna, etc.

Da estação antiga foram mantidos apenas os trilhos e parte da plataforma, que foi inteiramente reformada. Foi construído um mezanino inteiramente novo, com estrutura metálica sobre pilares de concreto, e uma cobertura ondulada. Tudo devidamente pintado de vermelho.

Eu acho um pouco exagerada, assim como todas as recentes construções da CPTM. Mas não posso negar que dá gosto ver uma estação bem feita para uma linha de trem de subúrbio.

Ok, toda essa apresentação pra dizer o seguinte: A estação foi inaugurada em outubro de 2010, como consta na placa. Mas é mentira. A estação ainda não está pronta.

Ela foi inaugurada com três escadas fixas ligando a plataforma ao mezanino. Pouco tempo depois, uma das escadas foi retirada, e foi instalada uma escada rolante no lugar, o que levou mais de um mês de obras.

Recentemente foi retirada uma segunda escada fixa, e outra escada rolante está sendo instalada. Ou seja, das três escadas, duas foram instaladas provisoriamente para a inauguração e foram removidas poucos meses depois. Os restos mortais de uma delas ainda pode ser visto descansando ao lado trilhos.

Curioso que a escada rolante que está sendo instalada agora está passando por uma crise. Ela precisava de um apoio no meio (assim como a que já está instalada), mas esqueceram de construir ele. Estão fazendo essa obra agora. Quatro meses depois de inaugurada a estação, estão preparando concreto na plataforma, quebrando o piso novo e a laje pra concretar uma fundação e construir pilares pra apoiar a escada rolante.

Momento nostradamus: Eu lembro que fiquei muito intrigado com o fato das escadas de acesso das calçadas não possuírem patamar. Foi construído um lance único, para uma altura superior a 5m, o que vai contra as normas de segurança. Depois de ver as obras em curso, acredito que no projeto constam escadas rolantes nos acessos. Será que vão instalar? Será que ainda teremos mais obras?

Se forem instaladas as quatro escadas-rolante (duas de cada lado da estação), no andamento atual (dois meses cada escada), é possível que cheguemos a completar um ano de obras após a inauguração!

Note que a estação foi inaugurada em período eleitoral, ao qual concorria o ex-governador José Serra.  Pelo visto foi uma inauguração desesperada (mais uma, já teve a nova marginal) pra tentar mostrar serviço.

Só não foi pior do que a placa afixada na estação Cidade Universitária. Uma reforma no acesso que continua largando as pessoas na alça da marginal, não ligando à Cidade Universitária propriamente dita, e ainda tem a cara-de-pau de dizer que tem “qualidade de metrô”.

publicado por Kiyoto

Abaixo Assinado Contra a Estação Angélica do Metrô

Deu na Folha:

13/08/2010 – 07h51
Moradores de Higienópolis, em SP, se mobilizam contra estação de metrô

A nova estação deve ocupar o espaço onde hoje há o supermercado Pão de Açúcar, na esquina da avenida Angélica com a rua Sergipe. Abaixo-assinado elaborado pela Associação Defenda Higienópolis e espalhado por diversos condomínios da região contesta o projeto.

A principal alegação é a de que, num raio de 600 metros do local, já existem mais quatro estações e que a construção deveria ser feita na praça Charles Miller, para atender aos estudantes da Faap e aos frequentadores do estádio do Pacaembu.

No mesmo documento, os moradores manifestam a preocupação de que a obra aumente o fluxo de pessoas na região “especialmente em dias de jogos e shows” e de “ocorrências indesejáveis”. Outro receio, diz o documento, é que a estação vire um atrativo para camelôs.

Enquanto escolhe produtos na tradicional Bacco’s Vinhos da rua Sergipe, cujo imóvel pode ser desapropriado pelo Metrô, a psicóloga Guiomar Ferreira, 55, que trabalha e mora no bairro há 25 anos, diz ser contrária à obra.

“Eu não uso metrô e não usaria. Isso vai acabar com a tradição do bairro. Você já viu o tipo de gente que fica ao redor das estações do metrô? Drogados, mendigos, uma gente diferenciada…”

(leia artigo completo em: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/782354-moradores-de-higienopolis-em-sp-se-mobilizam-contra-estacao-de-metro.shtml)

Acho que a reportagem deu conta de cobrir questões centrais, não vou ficar comentando isso aqui.  E se alguém quiser uma crítica mais profunda (e ácida, com o perdão do trocadilho), recomendo ler o post do blog com fel e limão sobre o assunto.

Vou me ater apenas a uma questão: “A principal alegação é a de que, num raio de 600 metros do local, já existem mais quatro estações”. Eu achei estranho, e fui no Google Earth verificar. Minha suspeita estava certa: num raio de 600 m da Av. Angélica com a rua Sergipe não tem nenhuma estação de metrô.

Como sou otimista, estiquei o raio pra 650 m, aí englobou uma estação, a futura estação Higienópolis-Mackenzie, que quiçá fique pronta em 2013, mas eu não ponho minha mão no fogo. Se for bonzinho, tem a estação Paulista-Consolação, a uns 700 m, mas quatro estações  já é muita cara de pau.

Não adianta tentar disfarçar o preconceito com pobre, drogado, camelô, mendigo, porteiro, faxineira, toda essa gente “diferenciada”, usando dados mentirosos.

não-estações #2

alguns exemplos de projetos do metrô prevendo usos integrados. primeiro na estação são bento, imagens do HMD (projeto inicial do metrô).

o largo são bento é mais ou menos o que temos hoje, mas aqui estava prevista a construção de uma torre, sem uso especificado.

e no projeto da estação barra funda (extraído da publicação “leste-oeste solução integrada”, do próprio metrô de são paulo), também a construção de torres associadas à estação (com um desenho mais estranho que o anterior).

postado por kiyoto.

Não-Estações

e mais monotrilho

Nos dias atuais as notícias sobre o surgimento de projetos de monotrilho surgem por todos os lados. Parece que encontraram a “solução” para o transporte metropolitano. Os argumentos levantados seguem sempre a mesma linha: é mais barato que metrô ou não causa interferência na cidade atual (subentende-se, a malha viária atual que serve ao transporte privado dos automóveis).

Um novo projeto surge: uma nova linha de monotrilho ligará São Bernardo do Campo à São Paulo. A linha seguirá do bairro do Alvarenga em São Bernardo, nas franjas da Represa Billings até o bairro do Ipiranga onde está sendo feita a extensão da linha verde do Metrô.

Soluções para o transporte público sobre trilhos da metrópole são sempre merecedoras de atenção mas a notícia que queríamos ouvir parece ser outra: “Uma nova fase do Plano Integrado de Transportes Urbanos será implantada”.

Ficam as perguntas, o quanto esses projetos fazem parte de um plano maior para a região metropolitana e sua pertinência para a formação de uma rede?  O quanto esses projetos são pensados em conjunto com a cidade existente, com planos diretores existentes?

Metrô leve ligará a região do ABC a São Paulo

Monotrilho vai ter 23 km de extensão e 18 estações

A iniciativa é uma parceria entre a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e o Metrô de São Paulo, com a Prefeitura de São Bernardo e a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos. O Metrô ainda vai elaborar os estudos ambientais e os procedimentos de licenciamento junto à Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Somente após esse estudo será possível definir o custo da obra, se será mesmo utilizado o Metrô Leve ou o VLT (Veículo Leve sobre Trilho) e as regiões definitivas onde a linha passará, entre outros aspectos.

Metrô Leve ligará bairro do Alvarenga à estação Tamanduateí

O projeto funcional do Metrô Leve, que ligará o município de São Bernardo até a futura estação Tamanduateí do Metrô, foi apresentado na tarde desta quarta-feira (10/03) ao Governo do Estado. A previsão é que daqui a aproximadamente um ano e meio sejam iniciadas as obras do traçado que terá início no bairro Alvarenga. O mais provável é que o estilo de transporte escolhido seja o monotrilho, definido pelo Secretário Adjunto de Transportes Metropolitanos, João Paulo de Jesus Lopes, como sendo “uma linha da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) com qualidade e velocidade de metrô”.

http://www.reporterdiario.com.br/site/noticia.php?id=178133&secao=6
http://www.piniweb.com.br/construcao/infra-estrutura/metro-leve-ligara-a-regiao-do-abc-a-sao-paulo-164024-1.asp

saturação do metrô

Na última quarta-Feira, 23/09, o Metrô de São Paulo parou pela manhã. Teve aquele enrosco que a gente já conhece de outras datas, o ônibus ficou lotado, etc. A causa é que me chamou a atenção. Não foi uma paralisação ou greve, nem ameaça de bomba, nem assalto.

Houve um início de incêndio num trem na estação Sé, em torno das 6h30 da manhã. Não houve feridos. Apesar de haverem normalizado a circulação pelas 8h, até as 10h ainda era possivel sentir os efeitos do transtorno pela cidade.

Parece que foi um fusivel queimado. E, até onde eu ouvi falar dos especialistas, um trem tem vários fusíveis.

O estado de superlotação do Metrô está mostando suas consequencias. A capacidade média para qual o metrô é projetado é de 60.000 passageiros por hora por sentido, numa lotação de cerca de 6 passageiros por metro quadrado. Os trechos mais cheios da linha frequentemente ultrapassam os 80.000 passageiros por hora por sentido – acima de 8 passageiros por metro quadrado!

Qualquer sistema que trabalhe acima da sua capacidade projetada fica sujeito a problemas. A manutenção fica mais dificil, o desgaste mais intenso.

Parece que já houveram outras panes pequenas como essa. E acredito que enquanto não construírem mais linhas e estruturarem uma rede efetiva, ainda haverão mais.

notícias:
23/09/2009 – Falha na circulação do metrô lota plataformas e deixa usuários nervosos em SP
23/09/2009 – Fusível pode ter causado princípio de incêndio, diz metrô

Estação Três Poderes, Linha Amarela, Metrô

Em meio à enxurrada de propaganda do governo sobre os planos de expansão do transporte sobre trilhos na Região Metropolitana vale lembrar um episódio que aconteceu faz bem pouco tempo. A estação Três Poderes, presente em todos os planos do Metrô até então, foi excluída da nova linha Amarela.

Estação Três Poderes: perspectiva

Apresento aqui alguns recortes dos fatos e notícias da época. O último texto foi a resposta obtida da ouvidoria do Metrô sobre a questão. Importante destacar dos fatos todos é a forma como ocorre alguns processos do planejamento de transportes na Região Metropolitana, em que uma associação de bairro possui influência para ditar os rumos da rede de transporte sobre trilhos.

Av. dos Três Poderes x Av. Francisco Morato

Av. dos Três Poderes x Av. Francisco Morato

29/10/2005 – 11h52

ALCKMIN “APAGA” METRÔ REJEITADO POR VIZINHO

ALENCAR IZIDORO

da Folha de S.Paulo

Em meio à pressão de alguns moradores de classe média alta, a administração Gerlado Alckmin (PSDB) desistiu de construir uma estação do Metrô prevista há praticamente dez anos no projeto da linha 4-amarela (Luz-Vila Sônia).

O Estado afirma que a queixa da população foi somente uma das razões
que pesaram para a decisão –mas não a determinante.

Diferentemente da maioria dos paulistanos, que reivindicam mais
transporte coletivo perto de casa, parte da vizinhança de bairros
residenciais como Instituto Previdência, Jardim Christie e Guedala,
na zona oeste de São Paulo, avaliava que a estação Três Poderes,
integrada a um terminal de ônibus, poderia causar alguns transtornos
e descaracterizar a região –com a presença intensa de camelôs e
tráfego de coletivos.

Inserida nos mapas da rede divulgados ao longo dos últimos anos e
prevista originalmente para receber 50 mil passageiros por dia, ela
foi excluída da segunda fase da linha 4 ao mesmo tempo em que houve a
decisão de antecipar a obra da estação Vila Sônia.

A alteração de planos foi formalizada há um mês, sem alarde. Na
avaliação da gestão tucana, a nova estação, programada para ser
entregue até 2012, terá melhor função social –já que concentrará um
grande terminal de ônibus e se tornará a mais movimentada da linha 4,
com 150 mil usuários. Pelos projetos originais, ela só sairia do
papel numa terceira fase.

Por outro lado, a exclusão da estação Três Poderes, na esquina da av.
Prof. Francisco Morato com a Três Poderes, vai abrir um “buraco” de
2,4 km entre as paradas Butantã e Morumbi, a maior distância entre
estações da linha 4.

Os técnicos do Metrô geralmente planejam uma distância de 1 km entre
cada parada dos trens.

A linha 4 será integrada às linhas 1-azul (Norte/ Sul), na Luz, 3-
vermelha (Leste/ Oeste), na República, e 2-verde, na Paulista, além
da linha C da CPTM.

A primeira fase das obras deve ser concluída no final de 2008, época
programada para entrarem em funcionamento as estações Luz, República,
Paulista, Faria Lima, Pinheiros e Butantã. Com 12,8 km, elas devem
receber mais de 700 mil passageiros por dia.

A linha terá sua operação concedida à iniciativa privada e, na
segunda fase, está prevista a entrega das estações Higienópolis,
Oscar Freire, Fradique Coutinho, além de Morumbi e Vila Sônia –antes
seria a Três Poderes.

No local desta última, atualmente há tapumes do Metrô, mas para a
instalação de um túnel de ventilação da linha sobre trilhos.

Ismael Molina, gerente de Planejamento de Transporte Metropolitano do
Metrô, atribui as mudanças no sistema de ônibus da prefeitura como um
dos fatores para a exclusão da Três Poderes.

Com a proposta de fazer um terminal de coletivos na Vila Sônia,
estudos avaliaram que uma estação ali beneficiaria mais gente.

O custo inicial também será maior, porém a administração tucana diz
não ter ainda detalhes.

Sobre as reclamações de alguns moradores contra a estação Três
Poderes acompanhada de um terminal que levaria até 80 ônibus por hora
ao local, Molina afirma não ter sido algo inédito –houve reação
semelhante com a estação Jardim São Paulo, da linha 1.

“Não vou dizer que não pesou, mas não foi decisivo. A gente pesa,
ouve a população, mas tem uma responsabilidade técnica a ser
preservada. Não iria inviabilizar uma estação só por conta disso.
Todos os fatores somaram.”

O Metrô, enquanto isso, já começa a receber reclamações de outros
moradores insatisfeitos com a exclusão da Três Poderes.

Segundo Molina, a distância de quem mora lá até a estação Butantã ou
Morumbi será de até 1,2 km –e quem morar a mais de 600 metros, em
vez de ir a pé, deverá optar por integração com ônibus.

“Com estações mais próximas, há um atendimento muito melhor. Mas tem
um custo operacional [para manter]”, diz Molina.

Segundo ele, a retirada dos ônibus integrados à Três Poderes –algo
que já agradaria a vizinhança insatisfeita– tornaria a estação do
Metrô muita vazia, com menos de 6.000 passageiros a por dia. A
estação Sumaré, do ramal Paulista, recebe quase 8.000.

O gerente do Metrô afirma que a obra da linha 4 está sendo feita de
forma que, no futuro, se algum governo quiser construir a Três
Poderes, será possível. “Ela não ficará inviabilizada”, acrescenta.


Obras da Linha 4 do Metrô de SP causam polêmica entre moradores

As obras não começaram, mas a Linha 4 do metrô já causa polêmica. Moradores do Jardim Christie, Butantã e Jardim Guedala, regiões residenciais das zonas sul e oeste, não querem ter metrô perto de suas casas de alto padrão, geralmente com garagem para mais de um par de carros. O medo não é exatamente do metrô, mas daquilo que ele pode trazer: comércio e desenvolvimento imobiliário. 

“Nos planos do metrô, a Estação Três Poderes está localizada em uma área estritamente residencial de classe A e, portanto, não atenderia a população local, pois os moradores certamente continuariam utilizando o carro”, acredita a arquiteta Nancy Miyahara, da Associação dos Moradores do Jardim Christie. “Além disso, está prevista a construção de um terminal de ônibus junto à estação, o que atrairia um tipo de comércio que mudará totalmente o perfil da região.” 

A proposta da associação, já encaminhada à Subprefeitura do Butantã e ao Metrô, é que a estação seja deslocada para uma área já comercial. “A Estação Butantã, por exemplo, está bem localizada. Ali já existe comércio.” Segundo a urbanista Regina Monteiro, do Movimento Defenda São Paulo, quase 80% da extensão da Linha 4 entre o Butantã e a Vila Sônia cortará áreas de caráter residencial (Z-1). 

“Nos bairros já consolidados, arborizados, organizados em torno de uma zona residencial, é incoerente levar um tipo de desenvolvimento que vai descaracterizá-los”, acredita. “Mesmo nas zonas comerciais não seria aconselhável suprir a carência por transporte e, ao mesmo tempo, levar adensamento.” Regina menciona o Plano Diretor, aprovado em outubro, que define em seu artigo 122 como Áreas de Intervenção Urbana as faixas de até 300 metros de cada lado das linhas do sistema de transporte público de massa e o raio de até 600 metros das estações de metrô.

http://www.estadao.com.br/arquivo/cidades/2003/not20030419p6721.htm

Movimento contra Metrô teve 520 adesões

PANORÂMICA / TRANSPORTE

DA REPORTAGEM LOCAL

terça-feira, 1 de novembro de 2005

Folha de S. Paulo

O movimento contra a construção da estação Três Poderes na linha 4-amarela (Luz-Vila Sônia) do Metrô teve a assinatura de 520 moradores da zona oeste, segundo a Assec (Associação de Segurança e Cidadania), umas das entidades líderes da mobilização. A pressão foi um dos fatores que levaram o governo Geraldo Alckmin (PSDB) a excluir a estação do plano das obras na imediação de bairros como Instituto Previdência, Jardim Christie e Jardim Guedala. Márcia Vairoletti, presidente da Assec, disse ontem que a rejeição à estação não era só de “alguns” moradores, mas de um grupo que ela considera ser a maioria. “Foi resultado de muito tempo de discussão, desde 2001.” Alguns moradores e os próprios representantes da Associação Comercial contestam essa informação. Vairoletti refuta a acusação de que a posição seja elitista.

Senhor André:

Encaminhamos sua manifestação para a área responsável pelo assunto abordado em seu relato e fomos informados que a definição do traçado de uma linha de Metrô, bem como a localização de suas estações refletem uma série de pesquisas e estudos.

São avaliadas diversas alternativas possíveis, sob aspectos que buscam a otimização da demanda, dos custos de construção, das desapropriações, do impacto ambiental e a compatibilização com outros modos de transporte pois os investimentos para construção do Metrô tem que ser priorizados pelo Governo do Estado com outros investimentos tão necessários quanto o Metrô, como educação, saneamento, segurança, etc. Isto faz com que os projetos sejam dimensionados para o melhor atendimento possível de seus objetivos dentro do orçamento disponível.

Nos estudos iniciais para a implantação da Linha 4 Amarela a sua diretriz de traçado foi embasada em várias premissas, sendo uma delas o atendimento à demanda integrada onde se analisou a abrangência e o potencial da demanda que poderia ser atraída por ela, à partir da integração com outros modos de transportes.

No seu projeto funcional, considerando a configuração operacional do transporte coletivo no início da década de 90, a Estação Três Poderes havia sido concebida para operar com um terminal de ônibus que integraria as linhas originárias do corredor Raposo Tavares, proveniente de Cotia/Vargem Grande Paulista e Educandário/Bonfiglioli, dando assim apoio ao terminal da Estação Morumbi, estação de ponta da Linha 4, na Fase 2 de implantação.

Para atender os usuários dessas linhas de ônibus integradas estava prevista a implantação de um terminal na confluência da Av. dos Três Poderes com a Av. Prof. Francisco Morato. O terminal junto à estação deveria abrigar um total de 10 linhas com cerca de 80 ônibus/hora.

A implantação da Linha 4 Amarela foi inicialmente estabelecida para se dar em 3 fases operacionais, sendo:

Fase 1: implantação de 5 estações (Luz, República, Paulista, Pinheiros e Butantã);
Fase 2: implantação de mais 7 estações (Morumbi, Três Poderes, Higienópolis, Oscar Freire, Fradique Coutinho e Faria Lima);
Fase 3: implantação da estação Vila Sônia da extensão até Taboão da Serra e 3 estações, sem prazo definido.

Os estudos para a sua concessão, realizados em conjunto com o BIRD, co-financiador desta obra, apontaram a importância de se agregar, de imediato, a esta linha a demanda integrada proveniente do sistema de ônibus que atende o setor sudoeste da Região Metropolitana de São Paulo. Para tanto, a antecipação da implantação da estação/terminal Vila Sônia, da Fase 3 para a Fase 2, permitiria equacionar, em melhores condições, o atendimento à demanda integrada que utiliza o serviço de ônibus do corredor Francisco Morato, por onde convergem as linhas de Taboão da Serra, Embu e Itapecerica da Serra, proporcionando, ainda, a completa compatibilização com a proposta de reordenação do transporte regional programada pela SPTrans e EMTU.

O Estudo da Reorganização do Transporte Coletivo ao longo da Linha 4 Amarela, no trecho entre Butantã e Vila Sônia, revisto a partir dessa nova configuração do transporte da região, prevê a implantação de 3 (três) terminais de ônibus de integração: Vila Sônia, Morumbi e Butantã.

Portanto, a antecipação da implantação da estação/terminal Vila Sônia transferiu para a Estação Morumbi a função anteriormente prevista para Três Poderes, deixando desta forma, de existir a sua condição de ponto de apoio de integração para a estação de ponta de linha. A eliminação de um terminal de ônibus no local foi uma das principais reivindicações apresentadas em reuniões organizadas com a comunidade.

Lembramos que a Estação Três Poderes, foi prevista numa Z1, zona de uso exclusivamente residencial de baixa densidade, reclassificada atualmente pela Prefeitura do Município de São Paulo no Plano Diretor Regional Estratégico, Lei 13.885 de 25/08/2004 em ZER-17 (Zona Estritamente Residencial), por esta característica de ocupação urbana.

Com a exclusão do terminal a demanda lindeira estimada não mostrou-se suficiente para justificar, no momento, o investimento necessário para a sua implantação, investimento este que poderia ser melhor aproveitado para a antecipação da implantação da Estação Vila Sônia.

Por estas razões, foi definido o cancelamento da Estação Três Poderes, sem contudo inviabilizar sua implantação no futuro. Esta possibilidade estará assegurada pelas adequadas condições tanto viárias como do projeto e construção da via metroviária no local, onde, por ora, será construída uma saída de emergência e uma de ventilação.

Permanecemos à disposição para outras informações.

VERA MELO
Ouvidora
Atend.2791/08
WAA WAA

Cordialmente,

Ouvidoria Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô. (11) 3371-7274