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BUSP, Circular e a falta de diálogo

Foi implantado agora no começo das aulas o Bilhete USP (BUSP), uma espécie de Bilhete Único exclusivo para a comunidade da Universidade de São Paulo. Foi o meio que encontraram pra viabilizar a ligação de ônibus entre a Cidade Universitária e a estação Butantã do Metrô.

De acordo com o boletim oficial da USP, essas  linhas substituirão os ônibus circulares atuais, operados pela Coordenadoria do Campus (COCESP, atiga Prefeitura do Campus), até o mês de Abril. Os trajetos serão praticamente os mesmos, as únicas diferenças são: (1) ao passar pelo portão 1, elas sairão do campus em direção ao terminal Butantã junto à estação; (2) Elas são operadas pela SPTrans.

Essa última característica traz duas implicações sérias. A primeira é a troca dos veículos, que agora serão os mesmos das linhas comerciais da SPTrans, que possuem catraca (por isso o BUSP) e um pretenso piso baixo acessível que na prática é um potencial provocador de acidentes pelos degraus resultantes do mau projeto.

A segunda característica é a operação apoiada no ponto final (bolinha amarela do Terminal no mapa) já existente ao lado do portão 3, após a Poli. Todas as linhas da SPtrans fazem seu ponto final lá, e agora o circular passa a também fazê-lo. Ou seja, ao chegar lá, o ônibus estaciona e é necessário esperar outro. Acontece que no afã de implantar essa nova linha (os BUSPs foram produzidos e liberados em tempo recorde), os idealizadores se esqueceram de outro ponto de interese: o acesso à CPTM.

Foram introduzidos duas alterações no trajeto do circular: o novo ponto final e a extensão até o metrô. Ao fazer isso, a linha foi alterada em dois pontos, antes e depois do ponto de acesso à CPTM. Deste modo, todos que chegam por esse acesso ficam bastante penalizados ao tentar usar essas novas linhas. A proposta é claramente apressada, sem consulta, sem diálogo, sem cuidado com o uso real do espaço pela comunidade.

As linhas atuais serão substituídas por um “Circular Cultural“, com foco em locais onde hajam “atividades culturais”. Não fica claro exatamente o que vai atender, nem por que não se mantém o serviço atual.

Há outras ressalvas, como a criação de mais um bilhete de transporte (por que não aproveitar o cartão Usp?); a proibição do uso a outros que não alunos, professores e funcionários; a inserção de uma estação de trem “Cidade Universitária” do outro lado de uma ponte pra veículos com precário espaço para pedestres; ou a inserção inconsequente de uma estação de metrô num local onde o viário não comporta o fluxo gerado; mas isso tudo são discussões mais longas.

Enquanto isso, alternativas mais simples e interessantes, como o PedalUsp, continuam paradas.