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Entrevista com Jurandir Fernandes

Apesar de não ser nova, a entrevista levanta questões importantes. São notórias a clareza de alguns problemas e a confusão em outros.

[tarifa do metrô] “Você diz: ‘mas você só gasta 2 bilhões com esses 17 mil funcionários?’ É que nós temos a tarifa.
O Metrô de São Paulo, ele é autossuficiente. Ele se cobre. O que ele não cobre são as gratuidades. Então o governo paga as gratuidades, o que eu acho que é importante.”

[cptm e lucratividade] “A CPTM é subsidiada. Algo em torno de 500 milhões de reais por ano o governo põe na CPTM para faze-la funcionar. (…) A CPTM é uma entidade pública, ela presta um serviço público, então não tem esse critério de lucro ou prejuízo. A receita que nós arrecadamos não cobre as despesas necessárias. Por que? Porque deliberadamente a tarifa é uma só, seja de Jundiaí até Mogi, seja aqui dentro.”

[falta de identidade] “A Linha Rubi – me desculpe, eu não sei ainda por cor, ou por pedra preciosa, que número que é, a 7 por acaso? Eu ainda não decorei “

[intervalo entre trens da CPTM] “Aqui, dentro da Região Metropolitana de São Paulo, não tem nenhum intervalo maior do que 6 minutos”

[autoridade metropolitana de transporte] “Pra você ter uma ideia, dos 39 municípios da Região Metropolitana, há mais de 60 órgãos que tratam de transporte e trânsito. Sessenta! Você tem os órgãos de trânsito, os órgãos de transporte desses 39 municípios, você tem o Detran, você tem órgãos estaduais tipo DER, você tem DERSA que entra com as rodovias, então essa parafernália toda tem que ser administrada por uma autoridade metropolitana. (…) Vamos ser bem claros, também não é só a pouca vontade do prefeito. Pensando na Constituição. A Constituição brasileira não é federativa de estado, ele é quase que municipalista mesmo. Ela definiu que a questão do transporte é de responsabilidade do município. (…)
Não existe um arcabouço institucional, não existe um espaço que defina ‘entidade metropolitana’ ainda.
– E há como criar isso?
só por PEC, tem que ser um projeto de Emenda Constitucional. Aí é lá em Brasília.”

[VLT em Santos] “Acho que faltou conversa, faltou diálogo melhor com o mercado.
– Tá se oferecendo o produto errado?
Certamente, porque, se o mercado não respondeu, um VLT numa faixa de 11 km apenas pode ser que não seja um projeto econômico-financeiro pra 30 anos sustentável. Outra coisa é que a garantia do projeto era a própria tarifa, também gerou um certo grau de insegurança nos empreendedores, porque  tarifa pode ser manipulada por um governante “

Entrevista do Secretário dos Transportes Metropolitanos Jurandir Fernandes
CBN São Paulo – Fevereiro de 2012

http://www.youtube.com/watch?v=vyxUFbnGjxs&feature=player_embedded

postado por kiyoto